Philidor

O Fortíssimo jogador francês nasceu no dia sete de setembro de 1726 em Dreux, uma comuna francesa. Já na infância descobriu suas duas grandes paixões que perduraram até seus últimos dias: O Xadrez e a Música. Na verdade, Philidor foi mais músico do que enxadrista e fez o que dificilmente seria possível nos dias de hoje: conquistou o topo nas duas áreas!
Em seguida estudaremos a vida deste que pode ser considerado um verdadeiro gênio e acompanharemos o seu desenvolvimento no universo do Xadrez.

Xadrez
Em 1731, com seis anos de idade, André entrou no coral de Luis XV, onde aprendeu a jogar xadrez apenas observando os outros músicos jogarem.
Na juventude, Philidor costumava visitar o tradicional “Café de la Régence” localizado em Paris, onde jogadores fortes da época, – classificados como “mestres de segundo nível” por Lasker – se encontravam para jogar. Foi nesse mesmo café onde Philidor conheceu Kermur de Legal, até então o melhor jogador da época, que o adotou como aluno. No início, Kermur dava uma vantagem de torre, mas em apenas três anos, começaram a jogar sem orientações e André se convertia aos poucos no melhor jogador conhecido daquela época.

Imediatamente adquiriu fama ao superar todos, até que venceu quando foi desafiado por  François Antoine de Kermur Sire de Legal, que era o campeão do clube e havia sido o seu instrutor no jogo. Dois anos mais tarde, viajou para a Holanda e Inglaterra, derrotando em Londres o sírio Stamma, que, com a saída de Greco, era considerado o enxadrista mais forte da época. Philidor com facilidade ganhou o match de 8 a 2, apesar de que Philidor jogou todas as partidas de pretas, esta vitória futuramente influenciou a popularidade dos dois sistemas de anotações criados por cada um. A partir daí, seu jogo era tão superior aos demais que Philidor sempre concedia algum tipo de vantagem aos oponentes, para dar interesse ao confronto.

Outra circunstância que chamou muito a atenção do público foram as primeiras exibições de simultâneas às cegas (quando o enxadrista enfrenta mais de um oponente, sem olhar para os tabuleiros); na ocasião Philidor enfrentou dois jogadores em partidas distintas, o que nunca tinha sido visto na história até então. Ainda que não fosse a primeira vez que ele fazia isso, em 1783, em Londres, deu uma exibição de uma simultânea a cegas de três partidas, dando vantagens a seus rivais, que causou grande comoção e surpresa, já que para a maioria dos mestres daquele tempo era algo totalmente novo. Em 1793, com 67 anos, voltou a dar simultâneas a cegas em Londres ganhando todas as partidas.

Escreveu em 1749 a obra “Analyse du jeu des échecs” (Análise do jogo de xadrez), um dos primeiros tratados sobre o jogo, o qual foi por mais de cem anos (com 70 edições) considerado como obra de referência no assunto. É dele a famosa frase «Les pions sont l’âme des échecs» (Os peões são a alma do xadrez). Este livro foi traduzido para o inglês, alemão e italiano. O livro foi um grande avanço no conhecimento do jogo e foi traduzido a muitos idiomas. Nele, Philidor analisa várias aberturas, nas quais, geralmente estavam consolidadas por um forte centro de peões. Analisou as posições do final de torre e bispo versus torre, e também estudou e desenvolveu uma técnica defensiva no final de torre e peão contra torre. Além disso, Philidor também foi um dos primeiros autores a escrever sobre algumas regras gerais de estratégia.

Levam o seu nome no jogo uma abertura defensiva para as negras chamada de Defesa Philidor, estudos sobre situações de final de jogo, conhecidos como “Posições de Philidor”, além do famoso “Mate de Philidor”.

Andrew Soltis escreveu que “Philidor foi o melhor jogador do mundo por 50 anos”; de fato, ele devia estar cerca de 200 pontos acima de qualquer pessoa de sua época, separado pelos mistérios conceituais do jogo, os quais havia decifrado. Também interessante é a opinião do Grande Mestre Boris Alterman sobre o jogo de Philidor:

“Há 500 anos o xadrez era diferente, os peões não eram valorizados como hoje. Os melhores jogadores começavam com gambitos, onde os peões eram apenas um pequeno preço para se abrir uma coluna ou uma diagonal, a fim de se criar um imediato ataque ao rei do adversário. Era o estilo italiano de xadrez. Todas as posições do Gambito do Rei eram muito populares… O melhor jogador de xadrez de sua época foi François-André Danican Philidor… Sua publicação sobre a estratégia do xadrez permaneceu por um século sem adições ou modificações significativas. Ele pregou o valor de um centro forte de peões, uma compreensão do valor relativo das peças, e as estruturas corretas para os peões…”.
No mesmo artigo publicado na internet, analisando o jogo Bruehl vs Philidor, 0-1, Londres 1783, Alterman afirmou que Philidor entendia muito bem os conceitos modernos, como: poder de peões passados, peças boas e más de acordo com a posição; vantagem do domínio espacial; abertura de colunas; estrutura articulada de peões; importância do centro.

Mais de um século após a sua morte, muitas de suas ideias foram retomadas e aprimoradas, principalmente por outros dois excepcionais pensadores do xadrez, Wilhelm Steinitz e Aaron Nimzowitsch.

Jacques François Mouret, um dos melhores jogadores franceses do início do século XIX, era sobrinho de Philidor.

Morte
Em 1792, aos 65 anos de idade Philidor precisou sair da França durante a revolução francesa (1789-1799) porque seu nome estava na lista de condenados de Robespierre e então se refugiou na Inglaterra. Mas, não conseguiu escapar e acabou sendo preso. Por causa de muitas de suas conexões sociais, o Governo Revolucionário decidiu colocá-lo na lista de substâncias proibidas. Ele morreu em 31 de agosto de 1797 em Londres, e foi enterrado em St James, Piccadily. Poucos dias depois, seus parentes conseguiram fazer com que o seu nome fosse removido da lista, mas já era tarde demais.

Philidor foi um exímio jogador e foi de suma importância para o desenvolvimento do Xadrez. Ele manteve o título de melhor jogador, da sua época, durante meio século (é isso mesmo, 50 anos!!) sendo lembrado como um dos campeões mundiais sem coroa. Uma grande honraria a Philidor é um busto que olha para o edifício “dela Paris Opera Theatre”. Além disso, uma rua foi presenteada com o seu nome.


Kleyton Alcântara Lima

Professor de xadrez e Secretário da Diretoria do Espaço Xadrez Total
Professor de xadrez do Lycée Pasteur
Professor de xadrez do Eugênio Montale
Arbitro Regional
do quadro da Confederação Brasileira de Xadrez – CBX
Jogador de xadrez da equipe Corinthians / Espaço Xadrez Total
WhatsApp: (11) 97997-7383

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Um comentário em “Philidor

  • 01/02/2022 a 10:21
    Permalink

    Fiquei muito emocionado com materia sobre a vida de François Andre Danican Philidor. Estou procurando se existe ainda o livro escrito por ele. Sou auto didata. Aprendo perdendo e lendo livros.
    Obrigado.

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