Gioacchino Greco

É no começo do século XVII, mais precisamente no ano de 1600, que nasce o destaque dentre todos os enxadristas deste período: Gioacchino Greco. Nascido em Celico, uma comuna italiana da região da Calábria na província de Cosenza, localizada na região sul do país que ocupa o “dedo” da península Itálica ao sul de Nápoles.
Greco era de família humilde e seguiu os passos de seus conterrâneos no Xadrez, leu os livros de Ruy Lopez e Alessandro Sálvio e tinha o sonho de conquistar fama e dinheiro através do jogo, por isso começou a viajar para jogar.
Em 1617 mudou-se para Lorena e começa a se tornar famoso depois de vencer simultaneamente quatro oponentes de uma só vez (talvez o primeiro registro de uma simultânea da história). Visitou também Roma.
Em 1619 dedica ao Duque de Lorena um tratado sobre o jogo chamado de “Primo Modo Del Gioco de Partido”.
Conseguiu seu objetivo em todos os grandes centros da Europa:    -Primeiro na França (1620) quando dois anos depois (1622) em uma visita a Paris, consegue brilhantes vitórias sobre Arnault, La Salle e Nemous; depois desses feitos foi aclamado o melhor jogador de xadrez da época.
-Depois no Reino Unido, em Londres (1622)
-E, finalmente, em Madri. Onde estabeleceu se na Espanha e venceu um torneio, patrocinado por Felipe IV, onde se encontravam os melhores jogadores da época.
Por volta de 1630, aceita o convite feito por um amigo, pertencente à nobreza espanhola, e viaja às Índias Ocidentais (A expressão se refere às ilhas do Caribe denominadas Antilhas e Bahamas.) onde é acometido por uma doença tropical grave e morre em 1634 após ter deixado sua fortuna, adquirida pela prática do Xadrez, para os jesuítas.

Certamente o italiano Gioacchino Greco destacou-se no século XVII, apesar de ter partido muito jovem, com apenas 34 anos, fez muitas colaborações para o desenvolvimento da Abertura Italiana, anotou algumas das primeiras partidas de xadrez registradas na história – 77 no total – e abriu caminho para muitas das lendas da era Romântica do Xadrez, como François-André Danican Philidor e Paul Morphy.

Naquele período, a técnica enxadrística baseava-se em ataques diretos contra o rei, sem a devida preocupação com o desenvolvimento e com as estruturas de peões.

Resumindo, a influência de Greco para a teoria do Xadrez é enorme. Suas conclusões podem ser encontradas em seu livro “The Royall Game of Chesse-Play” (Escrito em inglês arcaico, poderia ser traduzido para “O Nobre Jogo do Xadrez”), escrito enquanto estava em Londres.
Seu conteúdo é uma coletânea de 77 partidas jogadas por ele. Estas partidas, que ainda mantém seu frescor e vitalidade, mostram o quanto ele estava à frente de sua época, pois conseguimos saber não só de sua força como também sobre a de seus adversários. Suas partidas, todas contra anônimos (“NN”), foram possivelmente montadas, mas são mesmo assim consideradas ferramentas muito úteis para o entendimento de armadilhas em aberturas.

Após sua morte, o livro foi traduzido e publicado em toda Europa e, certamente, contribuiu para elevar o nível médio do Xadrez mundial. Os conceitos introduzidos por Greco, na prática, podem ser resumidos em oito regras que serão explicadas através dos exemplos selecionados a partir de seu livro. Embora os conceitos não tivessem sido assim explicitados por ele, passamos a chamá-las de Regras de Greco:

1 – Não enfraqueça a “Diagonal do Louco”.

2 – Ocupe o centro com peões.

3 – Cuide de seu Peão “Fracote”.

4 – Não desenvolva sua Dama Prematuramente.

5 – Não inicie um ataque se estiver em desvantagem

no desenvolvimento de peças.

6 – O contra-ataque é (às vezes) a melhor defesa.

7 – Esteja disposto a entregar parte de seu material para atingir a mobilização completa de suas forças.

Kleyton Alcântara Lima
Professor de xadrez e Secretário da Diretoria do Espaço Xadrez Total
Professor de xadrez do Lycée Pasteur
Professor de xadrez do Eugênio Montale
Arbitro Regional do quadro da Confederação Brasileira de Xadrez – CBX
Jogador de xadrez da equipe Corinthians / Espaço Xadrez Total
WhatsApp: (11) 97997-7383

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