Entrevista com o AI Mauro Amaral
Nome: Mauro Amaral
Título: Árbitro Internacional de Xadrez
Guiga: Há quanto tempo você é árbitro de xadrez, e porque decidiu tornar-se árbitro?
Mauro: Sou árbitro desde a década de 90, desde muito novo. Decidi ser árbitro graças ao meu pouco talento para jogar xadrez [aos 13 anos percebi isto] e à minha vontade de organizar.
Guiga: Recentemente você foi o árbitro brasileiro na Olimpíada, defina como é arbitrar uma Olimpíada?
Mauro: Arbitrar uma Olimpiada é algo indescritivel. Para se ter uma noção, leiam meu texto “Diário de um árbitro brasileiro na Sibéria” que está no meu site:www.xadreztotal.com.br
Guiga: O que mais te irrita no xadrez?
Mauro: Gente que usa o nosso amado jogo para lavar dinheiro, e se promover indevidamente. Tem gente que, ao não conseguir o que quer, no meio enxadristico, desaparece dele !
Guiga: Qual foi a situação mais desconfortável, que precisou resolver em um torneio?
Mauro: Existiram muitas, citar alguma em especial seria até injusto. Talvez a simultânea do Kasparov onde entrou um “louco” tentando passar lances para uma garotinha, seja a mais conhecida, mas arbitrar Cuba x EUA na última Olimpíada foi algo muito tenso.
Guiga: Tratando disso, como é arbitrar as partidas do Nakamura? Ele é muito famoso devido há vários fatores, conte-nos sobre isso?
Mauro: Ele foi eleito pelos árbitros, em uma conversa informal, como o jogador mais insuportável das Olimpiadas, com mais de 90% dos votos. Na primeira rodada ele tentou analisar eu não deixei, na última, bateu forte no relógio quando o GM Leinier Dominguez forçou um final empatado.
Guiga: Cite-nos alguns dos países em que já arbitrou; e além das Olimpíadas, os eventos mais importantes que participou.
Mauro: Eu arbitrei e/ou ministrei cursos de arbitragem em: Brasil, Cuba, Portugal, República Dominicana, Paraguai, Argentina, Bolivia e agora Rússia. Espero não estar esquecendo nenhum país!
Guiga: Quais os passos para se tornar um Árbitro Internacional e quantos AIs o Brasil possui hoje?
Mauro: Os títulos de árbitro, em ordem crescente são: AA Árbitro Auxiliar, AR Árbitro Regional, AN Árbitro Nacional, AF Árbitro FIDE e AI Árbitro Internacional. Para se tornar AA, deve-se fazer um curso da Confederação Brasileira de Xadrez com duração mínima de 15 horas, e ser aprovado. Eu ministro em torno de dez cursos destes por ano, em todas as partes do Brasil e no exterior.
Guiga: Quantos AIs o Brasil possui hoje?
Mauro: Oficialmente são 24, mas a maioria está inativa, e ainda existem aqueles que são “do tempo em que para se tornar AI, bastava apenas ir de terno e gravata a três torneios”, alguns não sabem quase nada, antigamente era bem mais fácil…
Guiga: Cite-nos alguns dos países em que já arbitrou; e além das Olimpíadas, os eventos mais importantes que participou.
Mauro: Por incrivel que pareça, já arbitrei alguns dos torneios mais importantes do mundo, mas ainda falta em meu curriculum, a Final do Campeonato Brasileiro Absoluto de Xadrez. Também quero poder, em breve, dizer que já realizei eventos em todos os estados do Brasil, e me faltam bem poucos.
Guiga: Sua opinião à respeito do desenvolvimento, da formação de novos árbitros no país.
Mauro: Eu trato de formar muitos árbitros, pois entendo que quanto mais árbitros e organzidores, melhor para o nosso xadrez. A “reserva de mercado” é muito prejudicial ao nosso xadrez.
Guiga: Espaço para considerações finais e agradecimentos.
Mauro: Agradeço a oportunidade. Considero que o nosso esporte tem melhorado muito, mas pode melhorar ainda mais. O que nos falta hoje, são pessoas que se proponham a buscar mais patrocínio para o xadrez, mas se cada um fizer a sua parte, o xadrez cresce cada vez mais!
Publicado por Guilherme Moraes
Mauro.
Saudades.
Você faz um trabalho excelente pelo xadrez do Brasil!
Continue assim e que tenha muita força para seguir em frente, não importem as dificuldades!
abraços
Mauro!!!
Uno de los mejores árbitros, todo el éxito para vos y toda tu familia!! un abrazo!